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Transformação da Praia de Ponta Negra em Natal é finalizada
27 de janeiro de 2025 / 14:29
Foto: Reprodução

A engorda da praia de Ponta Negra, localizada na Zona Sul de Natal, foi finalizada no último sábado (25), conforme anunciado pela Prefeitura de Natal e pela DTA Engenharia, que integra o consórcio responsável pela obra.

Vídeos capturados nas proximidades do Morro do Careca, um dos ícones da cidade, mostram a transformação da área antes e depois da intervenção. A draga holandesa Elbe, que desempenhou um papel crucial no projeto, completou sua missão ao transportar a última carga de areia e realizar uma manobra de despedida, conhecida como “rainbow”, que consiste em lançar água para o ar.

Embora as máquinas ainda estejam no local para finalizar os acabamentos do aterro, a administração municipal e a empresa consideram a engorda oficialmente concluída.

A Engorda da Praia

A obra resultou na ampliação da faixa de areia ao longo de 4,6 quilômetros, estendendo-se da Via Costeira até o Morro do Careca. Esta intervenção foi identificada pela prefeitura como uma medida essencial para combater a erosão causada pelo avanço do mar, que ameaçava o calçadão e a própria estrutura do Morro do Careca.

Os trabalhos tiveram início em 20 de setembro de 2024, quando a draga começou a depositar os primeiros 2 mil metros cúbicos de areia. No total, foram utilizados mais de 1 milhão de metros cúbicos para expandir a área da praia.

O secretário do Meio Ambiente e Urbanismo, Thiago Mesquita, destacou que a obra é fundamental para garantir a proteção e a estabilidade da linha costeira.

“Atualmente, a região da praia de Ponta Negra gera aproximadamente 400 milhões de ICMS, segundo a Fecomércio. Com a obra da engorda, espera-se um aumento de 30%, alcançando 120 milhões. Portanto, o investimento de 75 milhões trará um retorno significativo ao poder público em menos de um ano”, afirmou Mesquita.

O presidente da DTA, João Acácia Gomes de Oliveira Neto, ressaltou que todos os desafios técnicos e ambientais foram superados durante a execução da obra, que não apresentou intercorrências.

Nos últimos quatro anos, a DTA realizou sete projetos de alargamento de praias no Brasil e possui mais quatro praias no Espírito Santo contratadas para este e o próximo ano.

Problemas de Alagamento

Apesar da conclusão da obra, banhistas e comerciantes relataram problemas de alagamento na orla no domingo (26), após breves chuvas. Um episódio semelhante ocorreu em janeiro, quando a rede de drenagem do calçadão não conseguiu lidar com o volume de água, resultando em poças de lama e mau cheiro. Moradores e turistas também relataram a presença de esgoto na área alagada.

Na ocasião, o secretário Thiago Mesquita explicou que o problema se deu devido à conexão entre dois pontos de drenagem, resultando em um “extravasamento de esgoto”.

Na segunda-feira (27), a prefeitura de Natal emitiu uma nota informando que os alagamentos na faixa aterrada, provocados por chuvas intensas, são fenômenos naturais.

“Esses eventos estão ocorrendo e continuarão a ocorrer sempre que houver precipitações mais fortes. Eles são efeitos previstos, mas demonstram a boa capacidade de infiltração da faixa aterrada, que ajuda a evitar a formação de voçorocas e o arrasto de areia para o mar. A eficiência desse processo aumentará ainda mais com a conclusão das obras de drenagem em andamento na região”, diz a nota.

Histórico da Obra

A draga contratada para a obra chegou a Natal em junho de 2024, mas as licenças ambientais estavam pendentes. Em julho, sem a autorização necessária, a draga deixou a cidade. Contudo, a Justiça determinou a emissão da licença, que foi concedida em 23 de julho, com 80 condicionantes.

A obra teve início em 30 de agosto, mas foi interrompida em 3 de setembro devido a problemas na jazida de areia. A prefeitura então buscou novos bancos de areia e encontrou um a 10 km da costa.

Em 20 de setembro, um decreto de emergência foi publicado pela prefeitura devido à erosão na costa, permitindo a retomada da intervenção com a nova jazida, alegando que o decreto dispensava a necessidade de uma nova licença ambiental.