
O Rio Grande do Norte alcançou um marco histórico em 2024, registrando uma receita turística de R$ 11,3 bilhões, conforme um estudo inédito do Instituto Fecomércio RN, divulgado nesta quinta-feira (16) em Natal. Apesar desse crescimento expressivo, o relatório aponta um desafio significativo para o setor: a aviação civil.
No ano de 2024, a contribuição do estado para a receita total de turismo do Brasil foi de 1,02%, colocando o Rio Grande do Norte na 17ª posição nacional. Na região Nordeste, o estado ocupou a 5ª posição, atrás da Bahia (4,25%), Pernambuco (3,02%), Ceará (2,22%) e Alagoas (1,07%). O estudo destaca que os três primeiros estados nordestinos são considerados hubs aéreos regionais, enquanto a participação do transporte aéreo no turismo potiguar foi de apenas 11,6%, inferior à média do Nordeste (20,7%) e do Brasil (25,6%).
O relatório sugere que essa baixa participação está diretamente relacionada à limitada atividade de transporte aéreo de passageiros. Assim, um dos principais desafios para o turismo no Rio Grande do Norte é a ampliação da malha aérea do aeroporto de Natal e a reabertura do aeroporto de Mossoró.
Movimentação de Passageiros nos Aeroportos
A Fecomércio RN destacou que o aeroporto de Natal atingiu um recorde de movimentação de passageiros em 2012, com 2,54 milhões de viajantes, quando ainda operava em Parnamirim. Após a mudança para São Gonçalo do Amarante, o recorde foi de 2,53 milhões em 2015. Em 2024, a movimentação caiu para 2,33 milhões de passageiros. Por outro lado, o aeroporto de Mossoró encerrou suas operações comerciais em março e foi fechado em maio de 2025 para obras de ampliação, tendo registrado um recorde de 52,2 mil passageiros em 2024, quase o dobro do ano anterior.
O Rio Grande do Norte é o segundo estado do Nordeste onde o turismo exerce maior influência na economia, com Natal liderando entre as capitais da região, representando 11,84% do PIB local. Entretanto, em termos de receita gerada pelo setor, Bahia, Pernambuco e Ceará continuam sendo os líderes.
Crescimento do Turismo Potiguar
O turismo no estado cresceu 57,4% no período pós-pandemia, superando a média nacional. A maior parte da receita, cerca de R$ 9,1 bilhões, provém do Litoral Sul, que sozinho representa 80,83% da arrecadação turística. Quando somado ao Litoral Norte, essa cifra alcança 84,95%, evidenciando a predominância do turismo de sol e mar na região.
Entre 2006 e 2024, o Rio Grande do Norte teve um crescimento de 165,3% na receita turística, superando a média brasileira de 152%. Em Natal, a receita turística em 2024 alcançou R$ 6,6 bilhões, o que representa 58,14% da arrecadação do estado, gerando cerca de 19,8 mil empregos formais diretos.
O presidente do Sistema Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, afirmou que o diagnóstico apresentado no estudo oferece direções práticas para a qualificação da oferta turística, atração de investimentos e promoção de destinos alternativos ao litoral, contribuindo para uma melhor distribuição de renda.
O economista da Fecomércio, William Figueiredo, destacou que o estudo abrange 70 atividades relacionadas ao turismo, incluindo hospedagem, alimentação, cultura, lazer e transporte, permitindo uma análise comparativa entre os 5.570 municípios brasileiros. Essa ferramenta é essencial para apoiar decisões do poder público e orientar investimentos do setor privado.
Tibau do Sul em Destaque
O município de Tibau do Sul se destacou na análise do IFC como o local com maior peso econômico do turismo no estado, com o setor representando 58,46% da economia local. O distrito de Pipa é o principal polo turístico responsável por essa concentração. Os dados indicam que o turismo na região supera as médias estadual (6,62%), regional (5,64%) e nacional (5,31%), consolidando Tibau do Sul como um dos destinos mais procurados do Brasil. No cenário nacional, o município ocupa a 7ª posição em participação do turismo na economia privada, superando destinos tradicionais como Porto Seguro (BA) e várias cidades litorâneas de Santa Catarina.