
A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) anunciou a suspensão das aulas presenciais de cinco de seus cursos devido à crescente sensação de insegurança no Campus A.C. Simões, em Maceió. Os cursos afetados incluem Relações Públicas, Filosofia, Biblioteconomia, Dança e Teatro, e a suspensão está prevista para durar 15 dias.
Os cursos fazem parte do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Arte (ICHCA), que também abriga outros quatro cursos de graduação e três de pós-graduação. Em resposta à situação, a Ufal comunicou que está implementando medidas administrativas para aumentar a segurança no campus, como:
- Aumento da segurança privada;
- Flexibilização dos horários de expediente dos servidores;
- Inclusão da pauta de segurança como prioridade na primeira sessão anual do Conselho Superior Universitário (Consuni), marcada para 4 de fevereiro.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL) informou que o policiamento no entorno do campus é feito de forma ostensiva, enquanto a atuação dentro da universidade é responsabilidade da Polícia Federal (PF), que até o momento não se manifestou sobre o assunto.
Apesar das medidas anunciadas, a decisão de suspender as aulas gerou descontentamento entre alguns alunos. Edijelson Costa, estudante de Relações Públicas, expressou sua surpresa e preocupação, afirmando que essa suspensão pode prejudicar o andamento do curso, especialmente em um momento em que os alunos estão retornando de um recesso e iniciando um novo semestre. Ele lembrou os desafios enfrentados no ano anterior, durante meses de greve, e questionou se essa seria realmente a solução para os problemas de insegurança.
Lu Melo, estudante de jornalismo, acrescentou que a sensação de insegurança não se limita ao ICHCA, mas permeia toda a universidade, especialmente durante o período noturno. A insatisfação com a situação foi reforçada pelo presidente da Associação dos Docentes da Ufal, Jailton Lira, que destacou que a recente alteração nas linhas de ônibus que atendem a comunidade acadêmica contribuiu para o aumento da insegurança. Segundo ele, muitos estudantes agora precisam sair da instituição e pegar ônibus em áreas mal iluminadas, o que agrava a situação.
Em nota oficial, a Reitoria da Ufal detalhou as medidas adotadas em resposta aos episódios de insegurança, enfatizando a importância de uma escuta democrática e a participação da comunidade acadêmica nas discussões sobre segurança. A sessão do Consuni, que ocorrerá na próxima terça-feira, 4 de fevereiro, às 9 horas, na Sala dos Conselhos, será presidida pela reitora em exercício, professora Eliane Cavalcanti.