
A Universidade Federal do Piauí (UFPI) enfrentou uma queda significativa em seu posicionamento no ranking mundial de universidades, elaborado pelo Centro para Rankings Universitários Mundiais (CWUR). A instituição despencou 13 posições, ocupando agora a 1.950ª colocação entre 21.462 universidades avaliadas. Este resultado foi divulgado no início de junho e reflete um cenário preocupante, já que 46 universidades brasileiras também registraram perdas em suas classificações.
O CWUR avalia as instituições com base em quatro critérios principais: qualidade da educação (25%), empregabilidade dos graduados (25%), qualidade do corpo docente (10%) e pesquisa (40%). A UFPI atribui sua queda à falta de investimentos governamentais, que impactam diretamente na infraestrutura e na qualidade do ensino.
Em um comunicado oficial, a universidade reafirmou seu compromisso com a qualidade da formação acadêmica, apesar dos desafios orçamentários enfrentados pelo sistema federal de ensino superior.
Jefferson Souza, estudante de pedagogia e diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE-UFPI), expressou suas preocupações sobre os cortes orçamentários que afetam a permanência dos alunos na universidade. Ele ressaltou que muitos estudantes, especialmente aqueles que ingressaram por meio de cotas, dependem de assistência para continuar seus estudos, como acesso a bibliotecas e residências universitárias.
Douglas Barros, estudante de assistência social e também diretor do DCE, destacou que os cortes orçamentários resultam em um sucateamento da universidade, afetando diretamente a pesquisa e o desenvolvimento social.
Além das questões financeiras, a segurança no campus é uma preocupação crescente. Thelma Magdala, estudante de letras, apontou que a falta de profissionais de segurança, especialmente mulheres, e a precariedade das instalações, como banheiros e acessibilidade, são problemas que precisam ser urgentemente abordados.
Pesquisadores da UFPI, que preferiram não se identificar, afirmaram que os cortes orçamentários têm desmotivado a comunidade acadêmica e dificultado a realização de pesquisas. Eles enfatizaram que a administração anterior da universidade também contribuiu para a degradação das condições de trabalho e pesquisa.
Nos últimos anos, a UFPI sofreu cortes significativos em seu orçamento. Em 2022, a verba destinada à universidade caiu de R$ 104 milhões em 2020 para R$ 90 milhões em 2021, com bloqueios adicionais que totalizaram R$ 7,7 milhões. A situação se repetiu em 2024 e 2025, com novos cortes que impactaram ainda mais a instituição.
A UFPI, em sua nota, ressaltou que, apesar das dificuldades, manteve uma estabilidade em sua posição no ranking, variando entre a 48ª e 54ª posição no Brasil, e entre a 1.867ª e 1.950ª no cenário mundial. A universidade continua a trabalhar em prol da excelência acadêmica, investindo em pesquisa e buscando parcerias para mitigar os impactos dos cortes orçamentários.
A UFPI reafirma seu compromisso com a qualidade da formação acadêmica e a valorização de seus profissionais, reconhecendo as dificuldades enfrentadas por alunos e servidores em um contexto de ajuste de financiamento nas universidades federais.