João Pessoa 30.13 nublado Recife 25.02 nublado Natal 30.12 nuvens dispersas Maceió 29.69 nuvens dispersas Salvador 27.98 céu limpo Fortaleza 30.07 algumas nuvens São Luís 32.11 algumas nuvens Teresina 32.84 céu limpo Aracaju 26.97 nublado
Universidade no Nordeste cria tecnologia tátil para auxiliar na identificação de cores e texturas por pessoas com deficiência visual
27 de setembro de 2025 / 21:11
Foto: Divulgação

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveu um inovador sistema tátil que permite a identificação de cores e texturas, especialmente voltado para pessoas cegas ou com baixa visão. Denominado “Sistema para identificação tátil de cores em arco, seu método de produção e uso”, esse dispositivo possibilita a diferenciação de cores e suas intensidades, além de identificar texturas de materiais e anexar amostras físicas para uma percepção sensorial mais completa.

O pedido de patente foi protocolado em julho junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O sistema é estruturado em um arco semicircular que representa a sequência clássica das cores do arco-íris — vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta — com faixas em relevo que variam para cada cor. A intensidade ou saturação da cor é percebida através da espessura variável de uma linha inferior em relevo. No centro do arco, há um espaço destinado à anexação de amostras de materiais, permitindo que o usuário sinta a textura, a absorção de calor ou o tipo de material correspondente.

Experiência tátil completa

O pesquisador Kleison José Medeiros Leopoldino, vinculado à FACISA, destacou que o sistema não apenas identifica a cor, mas também a textura do material, assegurando a compreensão dos aspectos cromáticos e dos níveis de intensidade. “As pessoas cegas ou com baixa visão podem compreender a transição cromática de forma sensorial e identificar graduações de intensidade através da espessura de uma linha inferior em relevo”, explicou.

A estudante de Psicologia e pesquisadora Albanizia Ferreira Campelo acrescentou que o sistema elimina a necessidade de legendas, pois permite a identificação de cor, intensidade e textura diretamente pelo tato. “Esse é um sistema prático, pois facilita a identificação intuitiva da cor, da intensidade e da textura a que ela se refere. Isso é muito importante para nós”, afirmou.

Inclusão e acessibilidade

Edson Noriyuki Ito, coordenador do grupo, enfatizou que a invenção se insere no campo da acessibilidade, design universal e educação inclusiva. “O sistema é projetado para facilitar o acesso às cores e texturas durante a leitura para pessoas com cegueira ou baixa visão. Estamos também desenvolvendo outras tecnologias que promovam a integração de pessoas com diversas deficiências no meio acadêmico, laboratorial e industrial”, disse.

O pesquisador Isaac de Santana Bezerra revelou que o protótipo já foi testado e aprovado por pessoas cegas, que consideraram o sistema superior a outros métodos utilizados anteriormente. Ele também destacou que a invenção alcançou um nível de maturidade TRL 7, conforme a escala de prontidão tecnológica.

O projeto contou com a colaboração de Kleison Leopoldino, Albanizia Campelo, Isaac de Santana Bezerra, Edson Noriyuki Ito, Bismarck Luiz Silva e João Marcelo Silva de Lima, em parceria com a FACISA, o Laboratório de Polímeros do Departamento de Engenharia de Materiais do Centro de Tecnologia (CT) e o grupo de tecnologia e educação inclusiva.