
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou uma projeção bastante otimista para o período natalino de 2025. Segundo a entidade, o comércio brasileiro deverá alcançar um faturamento de R$ 72,71 bilhões, superando não apenas os R$ 71,33 bilhões registrados em 2015, mas também os R$ 71,2 bilhões estimados para 2024. Caso a previsão se confirme, o Natal de 2025 será o mais lucrativo para o varejo do país desde 2014, quando as vendas totalizaram R$ 77,26 bilhões, já considerando o ajuste inflacionário. Esses números refletem uma recuperação gradual e consistente do setor, mesmo diante de um cenário econômico ainda desafiador.
Ao longo de 2025, o comércio enfrentou obstáculos como o aumento do custo do crédito, que restringiu o consumo de famílias endividadas e impactou a capacidade de compra de grande parte dos brasileiros. Ainda assim, a CNC avalia que a combinação entre datas comemorativas fortes, como a Black Friday, e um movimento crescente de retomada da confiança contribuiu para gerar expectativas mais positivas. Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o desempenho esperado para o Natal de 2025 simboliza “um sopro de esperança” para os varejistas. Segundo ele, resultados expressivos no fim do ano podem abrir caminho para um 2026 mais favorável, com impactos positivos tanto no comércio quanto no ambiente econômico mais amplo.
Esse otimismo também pode ser observado no mercado de trabalho. As contratações temporárias no varejo devem registrar um avanço de aproximadamente 5% em comparação ao ano anterior, totalizando 112,6 mil vagas para a temporada natalina — número superior às 107,1 mil oportunidades estimadas em 2024. A CNC destaca ainda que cerca de 12,1 mil desses trabalhadores temporários têm chances reais de serem efetivados após o encerramento do período de festas, o que reforça a importância do Natal como uma janela de oportunidade para muitos profissionais.
A confiança empresarial aparece como um fator central nesse movimento. De acordo com o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, cerca de 70% dos comerciantes pretendem realizar novas contratações desde a Black Friday até o Natal, uma postura que pode colaborar para manter o desemprego em níveis reduzidos e fortalecer o consumo interno em 2026. Entre os segmentos que mais vão oferecer vagas temporárias, destacam-se os hipermercados e supermercados, responsáveis por 49,42% das oportunidades. Em seguida vêm as lojas de vestuário e calçados (22,58%) e os estabelecimentos de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (16,82%), evidenciando uma demanda diversificada no varejo.
No que se refere ao faturamento, os mercados deverão liderar o desempenho, movimentando cerca de R$ 31,51 bilhões, enquanto o setor de vestuário e calçados deve alcançar R$ 22,82 bilhões. Paralelamente, a remuneração média dos trabalhadores temporários também deve registrar avanço. A previsão é de um crescimento de 7,4%, elevando o salário médio para R$ 1.983,54, índice que supera a inflação acumulada nos últimos 12 meses e indica uma valorização real para quem atua nesse tipo de contratação.
Os preços dos produtos típicos do período natalino também foram avaliados pela CNC. A estimativa é de que a cesta básica apresente um aumento médio de 2,5% em relação ao ano anterior. Alguns itens devem registrar elevações mais expressivas, como joias e bijuterias (+20,5%), artigos de maquiagem (+8,4%) e livros (+7,2%). Em contrapartida, produtos ligados à tecnologia e comunicação devem ficar mais baratos, como aparelhos telefônicos (–7,2%), TVs, som e informática (–4,5%) e até mesmo bebidas como vinhos, com queda prevista de –1,2%.
Com esse conjunto de indicadores — aumento nas vendas, maior disposição para contratar, perspectivas positivas para a economia e variações de preços que favorecem alguns segmentos — a CNC reforça sua visão otimista para o Natal de 2025. Para a entidade, o período promete ser um dos mais movimentados e rentáveis dos últimos anos, contribuindo para impulsionar o comércio brasileiro e abrindo espaço para um início de 2026 mais estável e promissor.