
As vendas no comércio brasileiro registraram um crescimento de 0,5% em outubro na comparação com setembro, representando a maior alta mensal consecutiva desde março de 2025, quando o crescimento foi de 0,7%. Frente a outubro de 2024, o avanço foi de 1,1%, e no acumulado dos últimos 12 meses o setor cresceu 1,7%, o menor índice desde dezembro de 2024, quando a expansão havia sido de 4,1%. Estes dados foram divulgados na quinta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Mensal de Comércio.
Observando o desempenho das vendas ao longo dos últimos meses, nota-se oscilações que culminaram neste resultado positivo em outubro: após uma alta de 0,7% em março, o comércio enfrentou quedas de abril a julho, com -0,3%, -0,4%, -0,1% e -0,2%, respectivamente. Em agosto houve leve crescimento de 0,1%, seguido de queda de 0,2% em setembro, antes do salto de 0,5% registrado no mês seguinte.
Apesar do crescimento recente, as vendas em outubro ainda estão 0,5% abaixo do pico histórico registrado em março de 2025. Considerando o período pré-pandemia, o comércio se encontra 9,6% superior ao nível de fevereiro de 2020. O IBGE registra a série histórica desde o ano 2000.
Sete das oito atividades pesquisadas tiveram avanço nas vendas de setembro para outubro, com destaque para equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, que cresceram 3,2%. Também apresentaram alta combustíveis e lubrificantes (1,4%), móveis e eletrodomésticos (1,0%), livros, jornais, revistas e papelaria (0,6%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,4%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,3%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,1%). Apenas tecidos, vestuário e calçados tiveram queda de 0,3%.
O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, atribui o crescimento em outubro ao bom desempenho na venda de computadores, celulares e eletrodomésticos, impulsionado pela desvalorização do dólar que tornou os produtos importados mais acessíveis, além de promoções realizadas pelas empresas. Ele também destaca que a inflação mais controlada, com deflação em segmentos como alimentação no domicílio e móveis, junto a um mercado de trabalho aquecido e aumento do crédito à pessoa física em 2,1%, contribuíram para o consumo.
Apesar da taxa básica de juros (Selic) estar em 15% ao ano para combater a inflação, que ultrapassou a meta durante 13 meses consecutivos, o crédito à pessoa física não teve forte impacto até agora, reforça Santos.
Considerando o comércio varejista ampliado, que inclui atividades de atacado e segmentos como veículos, motos, partes e peças, material de construção e produtos alimentícios, houve crescimento de 1,1% de setembro para outubro e estabilidade no acumulado em 12 meses. O gerente ressalta que o desempenho foi importante devido à influência de veículos, motos, peças e do atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo.