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Vida na Favela: cenário é desigual em Pernambuco e infraestrutura pior que média nacional
19 de dezembro de 2024 / 17:11
Foto: Artur Borba/JC Imagem

Pernambuco é o terceiro estado do país com maior número de favelas e comunidades urbanas, atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados no mês passado, com base no último censo de 2022. 

Da Região Metropolitana do Recife ao Sertão, o estado concentra 849 destes territórios e 474.809 domicílios.

Cerca de 12% da população reside nestes espaços, o que equivale a mais de um milhão de pernambucanos. Este número é maior do que a quantidade de habitantes da cidade de Maceió, capital do estado de Alagoas, por exemplo.

Veja o ranking das favelas com mais habitantes no Estado:

  1. São Francisco – Cabo de Santo Agostinho: 11.167 habitantes
  2. Compesa – Jaboatão dos Guararapes: 11.148 habitantes
  3. Encanta Moça – Recife: 8.878 habitantes
  4. Jardim Piedade – Jaboatão dos Guararapes: 8.713 habitantes
  5. Carnequinha (Sapucaia) – Cabo de Santo Agostinho: 8.167 habitantes
  6. Chico Mendes (Linha Nova) – Recife: 7.786 habitantes
  7. Charneca – Cabo de Santo Agostinho: 7.731 habitantes
  8. Alto da Bondade – Olinda: 7.582 habitantes
  9. Nobre – Paulista: 7.497 habitantes
  10. Fragoso Setor B – Paulista: 7.438 habitantes

A maioria das 849 comunidades e favelas urbanas do Estado está localizada em grandes concentrações urbanas – só o Recife agrega 295 delas.

Do ponto de vista de cor ou raça, Pernambuco seguiu a tendência nacional: 58% da população desses territórios se declarou como parda, 27% branca, 15% preta, 0,16% indígena e 0,15% amarela. Os dados são do Censo 2022 do IBGE.

Para o instituto, são consideradas favelas e comunidades urbanas os territórios onde há predominância de domicílios com alto grau de insegurança jurídica, ausência ou oferta incompleta de serviços públicos e áreas com restrições à ocupação devido ao risco ambiental.

Nas três maiores favelas do estado: São Francisco, no Cabo de Santo Agostinho; Compesa, em Jaboatão dos Guararapes; e Encanta Moça, no Recife, os serviços de saúde e educação ainda são poucos. Mesmo somados, eles não representam um terço da quantidade de estabelecimentos religiosos, por exemplo.

Os habitantes das favelas Compesa e Encanta Moça só têm acesso a um estabelecimento de saúde, cada. Já as 11.167 pessoas de São Francisco precisam disputar por vagas e atendimento de duas unidades na comunidade.

“Há uma dificuldade inerente para dimensionar esses territórios que são bastante dinâmicos e em grande parte não têm limites oficialmente estabelecidos ou domicílios cadastrados pelos municípios, estados ou pelo governo federal”, explica João Marcelo Santos, coordenador técnico do Censo Demográfico em Pernambuco.