
A heroína da Independência do Brasil na Bahia, Maria Quitéria, nasceu em Feira de Santana, a segunda maior cidade do estado, e é amplamente homenageada por seus conterrâneos. A data de celebração da Independência do Brasil na Bahia ocorre nesta quarta-feira (2), marcando 202 anos desde que as tropas portuguesas foram finalmente expulsas do estado, após derrotas para os heróis populares que lutaram pela defesa do território nacional.
Maria Quitéria de Jesus Medeiros é uma figura central nesse contexto, sendo a primeira mulher reconhecida como militar no Brasil. Nascida na antiga Fazenda Serra da Agulha, o distrito que leva seu nome hoje é parte da zona rural de Feira de Santana. O orgulho local em relação a essa heroína é evidente em várias partes da cidade, onde ela dá nome a uma escola, ao Paço Municipal e a uma das principais avenidas. Além disso, a pia onde foi batizada na infância é preservada, e um memorial dedica um espaço à valorização de sua história.
Locais que homenageiam Maria Quitéria
- Avenida Maria Quitéria e Monumento: Criada na década de 1950, a Avenida Maria Quitéria foi parte de um projeto de desenvolvimento urbano e comercial em Feira de Santana. Atualmente, é uma das principais vias da cidade, simbolizando seu crescimento econômico. Em 2002, um monumento foi erguido em sua homenagem no cruzamento com a Avenida Getúlio Vargas.
- Distrito de Maria Quitéria: O distrito, que abriga quase 14 mil moradores, foi nomeado em 1938 em homenagem à heroína. Antes, era conhecido como São José das Itapororocas.
- Escola Maria Quitéria: Feira de Santana teve pelo menos duas escolas públicas com o nome da heroína. O Colégio Estadual do Campo Maria Quitéria oferece educação fundamental e médio, enquanto a antiga Escola Maria Quitéria, fundada no início do século XX, foi uma das primeiras a ter instalações próprias. Em 2018, o prédio passou a abrigar a Secretaria Municipal de Cultura.
- Paço Municipal Maria Quitéria: Inaugurado em 1926, o prédio da Prefeitura possui uma arquitetura eclética e é um marco na cidade, também homenageando a heroína.
- Memorial Maria Quitéria: Localizado no Casarão Olhos D’Água, o memorial preserva a história da heroína, com uma cópia da pia do seu batismo e outros itens relacionados à sua vida. Uma nova obra, intitulada “Surra de Cansanção”, será inaugurada em 16 de julho, retratando figuras femininas importantes da Independência do Brasil na Bahia.
A pia onde Maria Quitéria foi batizada está situada no distrito de Tiquaruçu, onde o ato religioso ocorreu em 27 de julho de 1798.
Maria Quitéria nasceu em 1792 e, desde jovem, demonstrou habilidades incomuns para uma mulher de sua época, como a montaria e o manejo de armas, aprendidas com seu pai. Após a morte da mãe, quando tinha apenas 10 anos, ela assumiu responsabilidades na casa e cuidou de seus irmãos, moldando sua personalidade forte.
Em 1822, decidiu se alistar no Regimento de Artilharia da Vila de Cachoeira, disfarçando-se de homem para lutar contra as tropas portuguesas. Sua coragem e determinação a levaram a se destacar em batalhas decisivas, mesmo após sua identidade ser revelada. Maria Quitéria recebeu várias honrarias, incluindo um convite para visitar o imperador Dom Pedro I no Rio de Janeiro, onde foi condecorada.
Ao longo de sua vida, Maria Quitéria enfrentou desafios pessoais, incluindo uma relação conturbada com seu pai, mas sua coragem e contribuição para a história do Brasil a tornaram uma figura inspiradora. Ela faleceu em 1853, aos 61 anos, e foi enterrada em um cemitério em Salvador.